Morre Eluana, a italiana que estava em coma havia 17 anos
O ministro italiano da Saúde, Maurizio Sacconi, confirmou que Eluana Englaro, a mulher que estava em estado vegetativo desde que sofreu um acidente em 1992, morreu na noite desta segunda-feira (9) em uma clínica na cidade de Udine. A morte teria ocorrido às 20h10 locais (17h10 de Brasília).
O caso Eluana provocou uma polêmica sobre a eutanásia na Itália, com a mobilização de grupos ligados à Igreja Católica e contrários à prática, e abriu uma crise entre o premiê Silvio Berlusconi (contrário à eutanásia) e o presidente Giorgio Napolitano.
Eluana estava havia três dias sem receber comida e hidratação. A família de Eluana ganhou o direito de deixá-la morrer depois de 17 anos de estado vegetativo. Em 21 de janeiro, um tribunal de Milão derrubou uma decisão de autoridades regionais que impedia os hospitais da região de cooperar com o fim da vida de Eluana. Isso encerrou a batalha judicial de dez anos travada pelo pai de Eluana.
A morte de Eluana veio a público no Senado durante uma reunião de urgência que discutia a aprovação de uma lei que iria barrar a morte assistida.
Os senadores fizeram um minuto de silêncio e em seguida, o presidente do Senado expressou sua solidariedade a Giuseppe, pai de Eluana, e disse que "este é um momento de reflexão no qual todos, a começar pelos políticos, devem pensar sobre o direito à vida e à morte". Já o vice-líder da ala conservadora do Senado, Caetano Quagriello, tomou o microfone e disse que "Eluana não morreu, mas foi assassinada".